
"Currículo e Tecnologia Educativa - Volume 2"
A tecnologia educativa apresentada na obra “Currículo e Tecnologia Educativa – volume 2” configura ideias generalizadas, em que, as quais, hodiernamente já não são novidade, mas sim uma constatação e um reforço dos processos constituintes da vida quotidiana. Nesta comunicação reflete-se, essencialmente, sobre dois pontos: i) a esfera da ação na relação do mundo digital com o mundo escolar, ii) a questão dos meios digitais como método de aprendizagem não formal. As reflexões que os autores nos propõem servem como base para a desenvoltura de novas perspetivas educacionais a serem adotadas, de modo a contrabalançarem-se com o programa mais tradicional.
“É óbvio que nos encontramos submersos num processo de mudança (...)” entre aquilo que nos foi enraizado historicamente e entre os métodos de ensino mais sofisticados, mais evolutivos e mais essenciais. Com efeito, estas alterações acentuadas apaziguam-se através de novas conceções do século XXI em que as realizações dos trabalhos passam, quer pela transcrição de ideias, quer pela apresentação do próprio trabalho em suporte digital. Também o ambiente envolvente já não é mais repleto de instrumentos físicos, como mapas geográficos ou jogos interativo-didático. É até com bastante frequência que o retrato das duas díspares realidades surge ao longo do livro. Como exemplo representativo, o autor ilustra a presença dos meios tecnológicos nos lares espanhóis entre 1987 e 2003. Sendo a televisão a tecnologia com maior destaque.
Na sequência desta linha mais moderna, o novo ambiente digital alude uma vez mais a mudanças de ordem educativa, desta vez para salientar a substituição de livros por agendas eletrónicas – a qual, segundo o autor, deveria ser aproveitada “ (…) aceitando o seu complemento: menos átomos dão lugar a mais bits.” (p.92) O escritor também faz referência à união entre os vários aparelhos tecnológicos, por serem considerados multidimensionais e por serem “ (…) [incidentes] na cultura, na educação e no conhecimento de forma bastante ostentosa.” (p.95) A partir daqui o discurso emerge para a ideia de que este novo mundo está a fundir-se com o mundo “antigo” e que a sociedade apenas têm aderido a esta aceleração. No entanto, é aceitável a comparação que escritor Félix Angulo Rasco faz – entre um computador e um segundo quadro – assim como a concebível pergunta – “não vos parece algo conhecido?” Mais diz que a escola já não é o espaço privilegiado conde possamos utilizar computadores. Neste sentido, a escola perde por um lado, o monopólio tecnológico passando a ser abrangido por outros espaços não escolares, e por outro lado deixa de ser exclusivo na “gestão da informação” em que, anteriormente e de igual modo, apenas dizia respeito ao ambiente escolar.
Pode-se então assim concluir, que há uma evolução no que diz respeito aos métodos de aprendizagem e em contrapartida pode-se afirmar que há um retrocesso na apetência de qualidades, competências e particularidades de cada aluno. Portanto, os conhecimentos aprendidos e apreendidos alteraram-se e, por conseguinte, as respetivas informações no interior de cada currículo oculto. O que nos leva a compreender assim um outro cenário do plano educativo – um cenário mais negro.